Autor: Marcus Freitas
Páginas: 208
Editora: Autêntica
Sinopse:
“Os peixes inundavam a boca. Meia dúzia de acarás foi enfiada pela boca do morto, com os rabos deixados para fora, presos por uma espécie de cambão de arame que varava as bochechas, num arremedo de anzol.
O corpo boiava meio de lado, massa inerte entre a marola e a sujeira da lagoa, mordiscado por carazinhos. Não notei logo o inusitado da boca – o pescador foi quem me apontou o detalhe grotesco – pois o estado terrível do corpo absorvia toda a atenção. A pele do tronco havia sido arrancada a partir de cortes regulares na base do pescoço e nas dobras das axilas. ‘Talho de taxidermista’, pensei comigo, numa sensação misturada de assombro e encantamento.”
Resenha:
Este é mais um livro que li por obrigação e não gostei,
certamente tive que arrastar esta leitura. Apesar de possuir uma boa premissa,
a história perde o foco e se torna cansativa de acompanhar. Como tenho um compromisso com vocês leitores, serei totalmente sincero na resenha.
O livro conta a história de João, um professor de
história que é apaixonado por peixes. Certo dia, correndo pela orla da lagoa da
Pampulha, ele se depara com um corpo boiando na água. Tratava-se de um homem
com a pele arrancada, estripado, enfim...mutilado de forma horrível e ainda com peixes enfiados na boca.
João se surpreende a constatar que era Ascânio Guedes, um rico empresário
marido de sua belíssima aluna Elisa. Ao observar os detalhes do crime, João se
preocupa com a possibilidade de ser incriminado e então resolve tentar resolver
o crime. A partir daí a história se desenvolve com a tentativa de desvendar o
crime por parte de João.
Até então um mistério intrigante, não? Porém o autor
perde o foco no desenvolvimento da história, focando-se muito na descrição
psicológica do personagem João. A alternância de tempo cronológico no livro é
algo que incomoda bastante; o autor faz um paralelo entre o tempo presente e
uma história ocorrida no ano de 1800, a qual não acrescenta nada ao tema
principal da narrativa que é o mistério, além de tornar a leitura cansativa,
sendo assim totalmente desnecessária. Outro fato que incomoda bastante é a
diagramação do livro, uma vez que os capítulos são marcados com datas; isso
contribui para a confusão do leitor, pois em um capítulo é descrito um fato do
dia de hoje, no outro um fato de 20 dias atrás, e no capítulo seguinte um fato de mais de 100 anos atrás.
O erotismo é uma característica marcante no livro, o
autor descreve as situações de maneira explícita e muitas vezes exagerada. Além
de poder causar incômodo ao leitor, isso acaba por restringir o livro à uma
classe etária. Outra característica é a constante incorporação de termos e
expressões científicas sobre os peixes, o que se torna cansativo e acaba por
dificultar a leitura.
Em relação ao protagonista, achei-o uma pessoa
completamente egocêntrica e com mania de perseguição, uma vez que desde o
primeiro momento ele deixa claro para si mesmo que a morte de Ascânio Guedes
foi executada de modo à incriminá-lo e fica numa paranoia devido a isso. Além
disso, ele se mostra um homem tarado e que não respeita a relação
aluno-professor, o que é evidenciado por seu intenso desejo por Elisa.
Mas apesar de tudo, uma coisa que achei interessante na
narrativa foi a ambientação (a história se passa em uma região próxima de onde
moro). Além disso, outra coisa que me chamou muito a atenção foi a questão do
roubo e do mercado negro de obras de artes. Enfim, não foi uma leitura que me
agradou, mas quem se interessar fique à vontade para ler, apenas não aconselho
ter altas expectativas.
Avaliação: 1/5 estrelas
Oi tudo bem?
ResponderExcluirQue pena que não gostou do livro, eu odeio ler livros por obrigação, mas as vezes é necessário e até que alguns livros nos surpreendem e acabamos gostando. Que pena que não aconteceu isso com este.
Que suas próximas leituras sejam melhores.
Beijos.
http://livrosleituraseafins.blogspot.com.br/
Olá Ana, não entendo porque os professores não podem nos obrigar a ler livros bons de vez em quando.... Além de ser mais fácil , contribuiria para o desenvolvimento do gosto pela leitura em mais pessoas.
ExcluirBjs
Adoro ler livros, mas quando é por obrigação, mesmo que ele seja legal, acaba ficando muito chato. Talvez se você lê-lo depois, você goste mais. Enfim, parabéns pelo blog e boa sorte em suas próximas leituras...
ResponderExcluirwww.umolhardeestrangeiro.blogspot.com
Olá Carolina, é mesmo horrível ter que ler algo por obrigação, vc acaba por não aproveitar a leitura.
ExcluirE certamente não irei reler este livro kkkk já deu
E muito obrigado, sucesso pra vc tambem
Esse livro tinha tudo para ser um grande mistério, pena que o autor se perdeu. Já vivi isso e é horrível. Ler por obrigação então, nem se fale.
ResponderExcluirBjim!
Tammy
Livreando • Facebook
Me interessei muito ao ler a sinopse do livro, mesmo tendo que lê-lo por obrigação, parecia um livro que ia me agradar. Mas a realidade foi completamente diferente... Decepção total.
ExcluirBjs Tammy, obrigado pela atenção =D
Aparentemente o livro tinha um bom mistério a ser desvendado, mas é triste ver que o autor se perdeu e o simples fato de possuir conteúdo erótico não me atrai nem um pouco para ler este livro, já que costumo dispensar cenas do tipo e obviamente, romances eróticos - não é atoa que abandonei 50 tons de cinza antes da página 50, embora eu nem tenha lido a sinopse antes de ler,estando alheia ao seu conteúdo, o livro não me prendeu e quando vi onde ia parar pausei para abrir nunca mais. Sua resenha me fez lembrar de um livro também nacional que li esse ano, O Silencio da Chuva. Tinha lido boas resenhas, mas no fim me decepcionei com o livro, pois me pareceu que em algum momento o autor havia se perdido na trama e não conseguiu passar aquele suspense dos romances policiais e com aquele final nem se fale. É triste isso, mas nem na literatura escapamos dos altos e baixos da vida.
ResponderExcluirBeijinhos
Oii Karina, é triste quando um livro tem tudo pra ser bom e o autor se perde =/ Eu achei completamente desnecessário as inúmeras partes eróticas do livro, pelo meu ver não adiciona valor algum à narrativa.
ExcluirNunca li 50 tons, mas a trama parece ser interessante, pena que seja mais focada na parte erótica.
Um abraço